A Páscoa tem a sua origem na festa judia – Pessach – a celebração da saída do povo hebreu do Egipto, pondo um ponto final nas correntes da escravatura. Na Pessach festejava-se a liberdade. Assinalava-se esta data com o pão ázimo (pão assado sem fermento, confecionado com farinha de trigo e água).
Com o cristianismo, a morte e ressurreição de Cristo trouxeram-nos a renovação. A Páscoa é celebrada no primeiro domingo que se segue à primeira lua cheia após o equinócio da primavera. Nós comemoramos com folares. Este bolo, tão tradicional do nosso país, é oferecido aos afilhados solteiros para gerar abundância e fecundidade. Mas, também, pode ser ofertado aos vizinhos como símbolo de estima e prosperidade reforçando, assim, os laços de amizade entre a vizinhança. O ovo do folar representa a ressurreição.
Vamos iniciar a caça aos ovos?
Antes do nascimento de Cristo trocavam-se ovos no Equinócio da Primavera. Celebrava-se o fim do inverno e o início da nova estação. Para que a colheita fosse generosa os agricultores daqueles, tempos idos, enterravam ovos na terra de cultivo. Eles simbolizavam a fertilidade e o renascimento da vida. Quando a Páscoa cristã começou a ser celebrada, o ovo passou a ser o símbolo da ressurreição de Cristo. Por isso, antigamente, retiravam-se as gemas e as claras dos ovos de galinha e estes eram pintados com cores alegres, já que a Páscoa celebrava a ressurreição.
Nos países da Europa de Leste, os ortodoxos, transformavam os ovos em verdadeiras obras de arte. Da Rússia à Grécia, pintavam-se de vermelho, representando, assim o sangue de Cristo. Na Europa Ocidental, Eduardo I de Inglaterra oferecia, aos seus súbditos preferidos, ovos banhados a ouro. Luís XIV, o famoso "Rei Sol", também oferecia na Páscoa, ovos pintados e decorados. Mas os mais famosos talvez sejam os Ovos da Páscoa Imperiais que Fabergé criou entre 1885 e 1916. Foram produzidas 56 obras-primas, com materiais e mecanismos únicos - que mais tarde atingiriam quantias astronómicas quando colocados em leilão.
Mas os ovos de chocolate (aqueles que verdadeiramente nos interessam, já que duvido consigamos caçar um ovo Fabergé) surgiram quando o cacau chegou ao Novo Mundo, no século XVII. Os chefs pasteleiros franceses colocaram mãos à obra. Os ovos de galinha eram recheados com chocolate e pintados, por fora, de forma atrativa. Com o aparecimento dos moldes, no século XIX, as galinhas "deixaram de trabalhar tanto" na época da Páscoa e os ovos passaram a ser inteiramente de chocolate.
Em pleno século XXI, o nosso chef, João Mestre partilha consigo uma receita inspirada no que de bom a doçaria da Páscoa nos oferece! Ovos de chocolate recheados com um creme rico de chocolate e buttercream decorado com um delicioso doce de ovos, amêndoas e avelãs tostadas e fios de ovos! Deixe que o espírito pascal entre na sua cozinha e tal qual um pâtissier faça os seus ovos da Páscoa. Esconda-os no jardim e desafie as crianças a encontrá-los. Se não tiver jardim, esconda-os pela casa, o importante é que os seus filhos se divirtam e você também.
Páscoa Feliz!
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