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Bruxas de Cascais: um tesouro do mar à mesa

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Bruxas de Cascais
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Cozinha com Historia
Bruxas de Cascais: um tesouro do mar à mesa
Texto Cozinha com Historia

Em Cascais, o mar oferece mais do que paisagens deslumbrantes — oferece também sabores únicos e pouco conhecidos. Um desses tesouros é a chamada “bruxa”, nome popular da cigarra-do-mar (Scyllarus arctus), um pequeno crustáceo que habita as águas rochosas da costa atlântica, especialmente na zona do Guincho. Rara, delicada e de sabor adocicado, a bruxa é um marisco que se distingue tanto pela sua textura firme como pela forma artesanal como é capturada: à mão, em apneia, por mariscadores experientes que conhecem bem os recantos submarinos da região.

Apesar de pouco conhecida fora dos círculos gastronómicos mais atentos, a bruxa tem vindo a ganhar destaque na restauração especializada de Cascais. Pode ser encontrada em marisqueiras de referência e no Mercado da Vila, onde é servida geralmente cozida ou grelhada, inteira ou aberta ao meio. A sua apresentação simples valoriza o sabor natural do marisco e respeita a tradição local.

Este produto, que durante muito tempo foi ignorado ou subvalorizado, tem vindo a ser redescoberto como símbolo da identidade gastronómica de Cascais. A sua sazonalidade, a dificuldade da apanha e a ligação profunda ao território conferem-lhe um estatuto especial entre os mariscos da região. Além disso, a bruxa representa uma abordagem mais sustentável à exploração dos recursos marinhos, promovendo práticas de pesca seletiva e de baixo impacto ambiental.

Ao escolher este marisco, consumidores e cozinheiros estão a apoiar não só a economia local, mas também a preservação de saberes e práticas tradicionais que fazem parte do património imaterial de Cascais.

Disponível em momentos específicos do ano e em quantidades limitadas, a bruxa é um convite à descoberta de um sabor autêntico e de uma história que se conta à mesa — com vista para o mar.