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Bucelas, terra onde o Arinto é rei

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Bucelas, terra onde o Arinto é rei
21 de Maio
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Bucelas, terra onde o Arinto é rei
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Situada a 25 km a norte de Lisboa, no concelho de Loures, a vila de Bucelas é o centro da centenária região demarcada de vinhos, a única nacional só para brancos, na qual a casta arinto atinge o seu apogeu.

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Registada como ‘Capital do Arinto’, em 2010, o microclima desta região permite que as uvas ganhem caraterísticas únicas, tendo aqui a sua expressão máxima, produzindo vinhos vibrantes, de cor citrina, sabor e aroma frutados, com forte perfil mineral e bom potencial de guarda.

Ligada ao vale do rio Trancão, Bucelas usufrui de uma localização privilegiada, entre o oceano atlântico e a lezíria do Tejo, recebendo do mar os ventos frescos e do rio os nevoeiros que permitem as amplitudes térmicas perfeitas para a maturação das uvas.

Embora muitos produtores optem por produzir vinhos exclusivos de Arinto, estes vinhos podem recorrer às castas Esgana-Cão (Sercial) e Rabo de Ovelha, até um máximo de 25%. O resultado são vinhos refrescantes de aroma discreto e acidez firme, principal cartão de visita do Arinto. 

A cultura da vinha em Bucelas remonta à época romana e existem diversas referências a este vinho fora do nosso país. Uma das menções mais antigas é de William Shakespeare, um dos maiores poetas e dramaturgos do Mundo, que na peça Henrique VI, menciona o vinho “Charneco”, um vinho de Bucelas.

Mas foi durante as invasões francesas que o vinho desta região começou a ser conhecido internacionalmente. O Duque de Wellington, comandante que ajudou Portugal a expulsar os franceses de Napoleão, era um apreciador dos vinhos de Bucelas e foi ao oferecê-lo como presente ao seu rei, Jorge III, que o introduziu em Inglaterra, ficando conhecido pelo nome de "Lisbon Hock", ou seja, vinho branco seco de Lisboa.

A história da região está intimamente liga à figura de João Camillo Alves, aquele que foi o principal vinificador de Bucelas e fundador da Caves Velhas. Durante décadas, Camillo Alves era o único que produzia e comercializava vinhos DOC Bucelas.

A crescer em produção e notoriedade, a marca mais icónica é o Bucellas, criada em 1939, da casa Caves Velhas.
Os vinhos de Bucelas podem ser bebidos jovens, oferecendo notas cítricas e minerais, sozinhos ou a acompanhar pratos de marisco, saladas e peixes grelhados. Mas, se desejar uma maior complexidade, guarde algumas garrafas para degustar anos depois. O vinho irá ganhar aromas mais tropicais e estrutura, tornar-se-á mais encorpado e poderá harmonizá-lo com pratos elaborados.

Deixe refrescar o vinho entre os 8º e os 12º graus, sirva-o e sinta a sua fragância. Não se esqueça que ao acompanhar este vinho com uma refeição, os sabores não se devem sobrepor, devem ser equilibrados, estar em plena harmonia. Sugerimos uma tábua de queijos cremosos ou com uma salada de lagosta à moda de Cascais, que pode encontrar no livro Receitas de Reis e Pescadores.

Em Bucelas pode ainda descobrir o Museu do Vinho e da Vinha. Este, encontra-se instalado num edifício histórico, e revela a tradição vitivinícola local. Tem disponível uma área de exposição permanente, que enfatiza as fases de trabalho da vinha e os meios tradicionais de produção do vinho, e um segundo piso reservado a exposições temporárias.

Estes vinhos fazem hoje parte da Rota dos Vinhos de Bucelas, Carcavelos e Colares, três vinhos históricos de Lisboa.