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Vinhos para o Natal

Vinhos para o Natal

Vinho para o Natal, e agora? Quais serão os vinhos que devo escolher? Quais os vinhos adequados para as diferentes ementas desta festividade? Devo escolher vinhos encorpados, aqueles que muitas vezes estão guardados durante o ano à espera de um momento em família? Mas, será que todos vão gostar?

Estas são muitas vezes as dúvidas que nos assaltam quando queremos escolher os vinhos para a noite de consoada e para o dia de Natal. 
Primeiramente, teremos em conta que todas as escolhas válidas. Assim, sugiro que em conjunto com a sua família façam degustações de vinhos e partilhem as opiniões e preferências, em forma de experiência para as festividades.

Recomendo alguns vinhos mais fáceis de degustar e que possam agradar à maioria. Neste campo procure vinhos sem madeira, mais frutados e elegantes estes vinhos são sempre fáceis de degustar, mesmo para aqueles que apenas bebem vinho nas alturas festivas e não estão familiarizados com os vinhos. Os vinhos de Lisboa com as castas Arinto, de Bucelas, Fernão Pires, serão uma boa escolha. Pode ir até aos vinhos da Península de Setúbal, procurar alguns vinhos brancos da casta Moscatel.

A escolha do vinho segue muitas vezes o que se come, assim, devemos ter em conta os pratos que se servirão à mesa nas festividades. As combinações clássicas como pratos desde o Polvo guisado, Bacalhau da Consoada, Perú ou Cabrito, sugerem a escolha de vinhos tintos. Se olharmos para o consumo de vinho, o tinto assume a dianteira deste campeonato. Aconselho então vinhos de tipos jovens, de pouca extração, da casta Castelão, Rufete, Trincadeira. Vinhos sem madeira ou pouco tempo de estágio em barrica. 

Deve ter em atenção que se pretender vinhos encorpados, deve de os servir num copo mais largo, para que possam respirar e ficarem mais envolventes. Se puder, coloque na porta do frigorífico cerca de 3 horas antes da refeição. A combinação vai ser estruturada e intensa, seja com o polvo ou bacalhau, portanto opte por aquele que mais gosta e o que lhe dá mais prazer.

Se pretender ser ousado nas combinações, experimente espumantes e vinhos brancos para acompanhar os pratos da consoada. Para espumantes sugiro deles com mais idade, como Monte Cascas da Távora-Varosa, Adega Mãe, Quinta do Rol de Lisboa. Sirva-os em copo de vinho e não em flûte, dando mais importância ao espumante, marcando mais os aromas e apreciando-o de outra forma. Vai ver que será uma surpresa aquando da combinação com as entradas.

Quanto aos vinhos brancos, devo recordar que conseguem ter sempre mais acidez e frescura do que os tintos, por isso, são boas opções para estes dias onde comemos um pouco mais. Brancos com madeira podem ser uma ótima escolha, bem como, os vinhos brancos de curtimenta. Os vinhos brancos de curtimenta são vinhos que tiveram um pouco mais de tempo em contacto com as películas (a pele da uva) ganhando mais cor, mais aromas e sabores e estrutura. Estes vinhos são muito versáteis e gastronómicos. Opte por degustá-los em copos mais largos e sirva-os a uma temperatura um pouco mais alta do normal, 10º-12ºC.

Escolha, por exemplo, Cabo da Roca “Arinto”, Quinta de San Michel curtimenta de Janes em Colares, Hugo Mendes Orange, Quinta do Sanguinhal Grande Reserva, CH, Chocapalha, Quinta do Pinto “Chardonnay&Viognier”, Quinta do Monte d´Oiro Reserva. Tudo boas opções que ligam bem com os pratos de peixe e de carne da noite da consoada.

Chegando ao final da refeição podemos optar por um diferente tipo de vinho para acompanhar com a sobremesa, a parte mais doce da noite. Caso esteja a beber vinho branco aconselho que mantenha, mas existem muito boas opções de vinhos licorosos. 

Nos vinhos licorosos entra sempre bem o Vinho de Carcavelos, um Moscatel, Vinho da Madeira e Vinho do Porto. No Moscatel, prefira vinhos mais velhos, com mais de 20 anos. No Porto, os tawnies, que são os vinhos com mais tempo de barrica (mínimo 7 anos) com a cor âmbar e notas de frutos secos, caramelo, mel e sabor irresistível. Se preferir o vinho Madeira, escolha os mais secos, associados a algumas castas e neste caso as castas “Sercial” e “Bual” menos doces.

O segredo para degustar estes vinhos está na temperatura de serviço. Não tenha receio de os colocar no frigorífico, sirva-os entre 10º-12ºC. Ao baixar a temperatura sentimos menos doce e uma sensação alcoólica mais suave. Assim, conseguimos apreciar estes vinhos únicos no mundo.

Acima de tudo neste Natal, aprecie o momento em família.
Boas Festas!
Rodolfo Tristão

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