Com o objetivo de revitalizar a Rota dos Vinhos de Bucelas, Carcavelos e Colares e por iniciativa da Associação de Municípios Portugueses do Vinho, foi assinado na Adega Cooperativa de Colares, o protocolo de colaboração entre Cascais, Loures, Oeiras e Sintra.
Bucelas, Carcavelos e Colares são regiões que se distinguem pelos seus vinhos históricos. Um pouco mais afastadas da costa atlântica, as vinhas cultivadas em Bucelas beneficiam de um microclima único proporcionando um terroir excecional. A região de Colares, mais próxima do mar, produz célebres tintos envelhecidos em madeira enquanto Carcavelos dá vida ao ambivalente vinho generoso, tão apreciado como aperitivo ou como digestivo.
Passear pelas vinhas, entrar nas caves e adegas e saborear os vinhos, na companhia dos produtos regionais, é a melhor forma de conhecer esta região vitivinícola e os seus produtos de excelência.
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Vinho de Bucelas
Este vinho com direito a denominação de origem controlada é produzido na vila de Bucelas, a 25 km a norte de Lisboa, no concelho de Loures, no centro de centenária região demarcada de vinhos – a única nacional só para brancos. São vinhos elaborados com a casta Arinto, com origem já provada nesta região, daí o registo como ‘Capital do Arinto’ efetuado em 2010. O microclima da região e os solos do vale do rio Trancão conferem caraterísticas específicas a esta variedade de uva, que tem aqui a sua expressão máxima, produzindo vinhos de cor citrina, sabor e aroma frutados, uma elevada mineralidade e acidez, que lhes dá grande potencial de envelhecimento.
Castas recomendadas:
Arinto (Pedernã), com um mínimo de 75% do encepamento, Sercial (Esgana Cão) e Rabo de Ovelha.
Características organolépticas:
Apresentam uma cor citrina, um sabor e aroma frutados e um acídulo característico da casta Arinto. São secos, leves e quando envelhecidos ganham um belo tom amarelo dourado e aromas terciários complexos. Os vinhos espumantes apresentam uma bolha fina e persistente que lhes confere uma excelente qualidade.
Vinho de Carcavelos
O Vinho de Carcavelos, vinho licoroso de tradicional produção nesta região, destaca-se por ser um produto vinícola de excelência.
O clima mediterrânico temperado, sem grandes oscilações de temperatura devido à proximidade do mar, permite que Carcavelos produza este vinho licoroso de qualidade e tradição, com direito a menção específica de "Vinho Generoso".
De renome internacional e de tradição secular, a antiguidade deste precioso néctar encontra-se comprovada num Alvará de 1772, depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, que protegia a viticultura de Carcavelos, e a sua qualidade é reconhecida e confirmada pela Carta de Lei de 18 de Setembro de 1908.
A produção deste vinho foi durante séculos a atividade económica mais importante na Freguesia de Carcavelos, cuja fama perde-se no tempo. O Marquês de Pombal, que os produzia na sua quinta de Oeiras apreciava-os de tal maneira que D. José I presenteou com eles a corte de Pequim em 1752.
Embora as tecnologias aplicadas tenham mudado com os tempos, a essência deste vinho ter-se-à mantido imaculada até aos dias de hoje, com a sua produção dentro do território dos municípios de Cascais e de Oeiras, naquela que é a mais pequena região vinícola de Portugal.
Este néctar além de ser servido como aperitivo ou a acompanhar um "docinho”, pode ainda ser incluído em algumas receitas, das sobremesas às carnes, demonstrando assim a sua versatilidade e sabor único.
O “Carcavelos” é constituído pelas seguintes castas: Arinto, Galego Dourado e Ratinho, e apresenta uma cor de mel. É fortificado em grande parte com a famosa aguardente da Lourinhã. Evidencia altíssimos padrões de qualidade, e integra com o “Porto”, o “Madeira” e o “Moscatel de Setúbal”, o restrito grupo dos vinhos generosos portugueses, sendo considerado por inúmeros enólogos como um dos melhores aperitivos portugueses e um ótimo digestivo.
Este vinho licoroso, delicado, de cor amarelo topázio, aveludado, apresenta um certo aroma amendoado, adquirindo um perfume acentuado e característico com o envelhecimento, sendo por isso obrigatório um estágio mínimo de dois anos em vasilhame de madeira e de seis meses em garrafa, a contar da data da sua elaboração.
Vinho de Colares
“No concelho de Sintra, situa-se uma pequena zona vitícola, que produz um vinho de cor rubi, mas que, com o envelhecimento, ganha um aveludado e bouquet excecionais. O vinho de Colares só atinge a sua máxima qualidade passados vários anos, embora o estágio mínimo seja de 18 meses. Dado o longo estágio a que o vinho é obrigado, a comercialização é limitada, sendo a Região de Colares uma espécie de “santuário” para os conhecedores deste vinho.
As vinhas desta região apresentam características muito peculiares devido à sua proximidade do mar e dos ventos marítimos muito fortes a que se encontra sujeita. Pela sua natureza geológica, Colares, divide-se em duas subzonas: "chão de areia" (região das dunas) e "chão rijo" (solos calcários). As características únicas do vinho de Colares devem-se às castas, solo e clima temperado e húmido no Verão e, ainda, ao facto de 80% da vinha estar instalada em "chão de areia", respeitando a prática tradicional de unhar a vara de pé franco no estrato subjacente à camada de areia.
A área geográfica correspondente à Denominação de Origem "Colares" situa-se no concelho de Sintra, entre a Serra e o Oceano, numa zona junto ao mar, compreendendo as freguesias de Colares, São Martinho e São João das Lampas e foi criada em 1908.
Castas recomendadas: Castas tintas: Ramisco, com representação mínima de 80%. | Castas brancas: Malvasia, com representação mínima de 80%.”
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