Passar para o conteúdo principal

Vinhos para dia o Dia de Portugal - Parte II - Castas Tintas

Vinhos para o Dia de Portugal - Parte II - Castas Tintas

vinho

O Dia de Portugal, em 10 de junho, é uma excelente ocasião para apreciar os vinhos do país.

O Dia de Portugal, celebrado a 10 de junho, é mais do que uma data nacional — é uma homenagem à nossa história, cultura e identidade. E poucos elementos expressam tão bem a alma portuguesa quanto o vinho. Com uma diversidade impressionante de castas autóctones e regiões vinícolas únicas, Portugal consegue oferecer uma viagem cheio de aromas e sabores diferenciadores e de grande qualidade.

Escolhemos dar a conhecer as castas de Portugal, algumas delas mais conhecidas, outras que renascem no nosso panorama vinícola. Não temos uma história ligada aos vinhos Varietais, de uma casta só. Algumas regiões sempre se focaram na casta, mas a maioria sempre foi mais em “Blends” que demonstram a nossa identidade. Estas castas tintas que apresentamos são desde à muito tempo conhecidas e reconhecidas em “blends” mas menos conhecidos quando sozinhas. Ao provar vinhos de 1 só casta, damos a conhecer um lado mais didático. Aprende-se a conhecer as características de cada casta e a entender o porquê dos “Blends” com outras castas.

 

Castas Tintas

 

Touriga Nacional, sua Alteza!

Uma casta que teve prestes a ser extinta pois dava muito trabalho e produzia pouco. Esse realmente era um problema, pouca produção. No entanto as resiliências de alguns enólogos acreditaram na casta, sendo hoje a mais importante e reconhecida nas castas tintas. Apresenta aromas a flores, violetas e por vezes notas de bergamota. Cativa pelo aroma e enlaça pelo sabor delicado, frutado e intenso. Encontra-se por todo o pais, sendo o seu berço na região do Dão.

  • Vallado “Touriga Nacional”, Douro
  • Quinta da Fata Reserva “Touriga Nacional”, Dão
  • Vinha do Pombal “Touriga Nacional”, Beira Interior
  • Maçanita “Touriga Nacional”, Douro Rosé
  • Herdade do Rocim “Touriga Nacional”

 

Castelão, A Temperamental!

Também conhecida por Periquita e João Santarém é uma casta frutada, frutos vermelhos, bem definidos no aroma e sabor. Com a idade, apresenta notas especiadas. A sua acidez confere equilíbrio perante o tanino presente. Uma casta que apresenta uma cor suave, pouca extração e frescura que se sente. A casta ganha com produção baixa, álcool baixo e menos extração. Casta que volta às origens.

  • Casal das Freiras “Castelão”, Tejo
  • Adega Cooperativa do Cartaxo “Castelão”, Tejo
  • Hugo Mendes “Castelão”, Lisboa
  • Morgado do Quintão “Castelão”, Algarve

 

Baga, Mau feitio!

No latim, baga define-se como “pura”. Casta que é originária da região do Dão, mas é mais conhecida na região da Bairrada. Casta caprichosa, de extremos, onde a referência “mau Feitio” faz sentido. Apesar disso, sendo difícil, demonstra um enorme potencial, onde as notas terrosas e especiadas aliadas a taninos firmes perduram pelo tempo, Quando jovem, exuberante e irreverente. Com maturidade, dá origem a vinhos excecionais e estruturados. Melhora com o tempo.

  • Vallado Lady Baga, Douro
  • Quinta do Ribeirinho Pé Franco “Baga”, Bairrada
  • Defio clarete “Baga”, Bairrada
  • Palácio dos Tavoras “Baga”, Trás-os-Montes

 

Trincadeira, A mal-amada!

Por falta de conhecimento, por ser mal-entendida durante muito tempo, foi colocada de lado ou apenas aparecia em “blends”. É uma casta muito rica, com mais frescura do que o normal nos tintos, frutada e elegante. Mostra o seu potencial quando não tem estágio em madeira, apenas só com a vinificação em cuba de inox. Melhor apreciada jovem. Encontramos referências no Douro com outro nome “Tinta Amarela”

  • Maçanita “Trincadeira” não é assim tão preta, Alentejo
  • Casa Cadaval “Trincadeira Preta” Vinhas Velhas, Tejo
  • Adega Mayor “Trincadeira”, Alentejo
  • Quinta do Ventozelo “Tinta Amarela”, Douro

 

Alicante Bouschet, A portentosa!

Casta nascisa de um cruzamento entre a “Garnacha e Petit Bouschet”. É no Alentejo que tem maior expressão e identidade. Conseguimos encontrar esta casta também no Douro. Casta tintureira, sendo o seu sumo vermelho. Aromas intensos de frutos vermelhos, pretos, notas especiadas e, por vezes, notas mentoladas. Uma casta que promove vinhos com estrutura e corpo. Vinhos para a mesa.

  • Já te Disse “Alicante Bouschet”, Alentejo
  • Caves Bonifácio “Alicante Bouschet”, Lisboa
  • Júlio Bastos “Alicante Bouschet”, Alentejo
  • Montaria “Alicante Bouschet”, Alentejo

 

Rufete, Elegância e Temperamento!

Encontra-se no interior norte para os lados do Dão e Beira Interior. Aromas suaves, elegante, notas de frutos vermelhos e por vezes herbal e especiado. Gosta de climas quentes onde perde um pouco da característica vegetal que pode ser mais difícil de degustar.  Uma casta que esteve recolhida à região, fruto se calhar, de ter uma cor ténue num tempo que a cor era algo de muito importante. Com a evolução, a procura de vinhos com menos extração, entrou na escolha de muitos enófilos, surpreendendo quem não a conhecia. Casta com enorme potencial. Responde também por “Tinta Pinheira”

  • Casas Altas “Rufete”, Beira Interior
  • Quinta do Pessegueiro “Rufete”, Douro
  • Textura da Estrela “Tinta Pinheira”, Dão
  • Quinta dos Termos Talhão da Serra “Rufete”, Beira Interior

 

Tinta Miúda, De miúda apenas a irreverência e a ambição de crescer!

Casta que não se sabe a origem, mas que se acomodou na região de Lisboa. Gosta do calor, onde promove os frutos vermelhos, notas especiadas, com o tanino presente, por vezes irreverente! Tem grande potencial de guarda que promove a elegância e suaviza os taninos. Melhora com o tempo.

  • Tinta Miúda da Malhadinha, Alentejo
  • Quinta do Pinto “Tinta Miúda!”, Lisboa
  • Monte Bluna “Tinta Miúda”, Lisboa

 

Alfrocheiro, A simplicidade em forma de vinho!

Gosta de climas quentes, onde consegue ter cores mais intensas. Originária do Dão, apresenta-se mais a sul, seja no Tejo ou Alentejo. Aromas frutados, mas o que é mais entusiasmante nesta casta é a maneira que tem de reter a acidez e equilibrar com o álcool e taninos. Vinhos elegantes, frescos e envolventes. Uma casta a descobrir com atenção.

  • Quinta da Lagoalva Grande Reserva “Alfrocheiro”, Tejo
  • Quinta dos Roques “Alfrocheiro”, Dão
  • Quinta de Lemos “Alfrocheiro”, Dão
  • Caminhos Cruzados “Alfrocheiro”, Dão

 

Ramisco, Gigante Adormecido!

Apresenta-se ao mundo numa das mais pequenas sub-regiões do mundo, Colares. Casta com muita identidade, resiliente, intensa que aguenta o terroir único que Colares fornece: rigor do tempo, brisas marítimas, nevoeiro, solos de areia. Tudo isto junto, são poucas as castas que resistem.

Produz pouco, vem de vinhas centenárias, temperamental na adega, questionando enólogos, porque apresenta aromas e sabores difíceis de entender quando jovem. Mas com o tempo, o vinho que estava fechado, difícil começa a mostrar todo o seu potencial. São estas alterações, que lhe confere capacidade de envelhecimento. Adormece por vários anos, e quando acorda é um gigante ao nível de aromas, sabores. Vinhos fortes que perduram no tempo. Uma das grandes castas portuguesas que é pouco conhecida dos enófilos.

  • Monte Cascas “Ramisco”, Colares, Lisboa
  • Viúva Gomes “Ramisco”, Colares, Lisboa
  • Ramilo “Ramisco”, Colares, Lisboa
  • Arenae “Ramisco”, Colares, Lisboa

 

Neste 10 de junho, convidamo-lo a elevar o copo com orgulho — porque provar um vinho português é também saborear a nossa história, a nossa terra e a nossa gente. Cada casta apresenta características únicas que contam uma parte da nossa história.