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Estalar a castanha na boca

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Estalar a castanha na boca
11 de Novembro
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Vendedor de castanhas
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Conhece a expressão «estalar a castanha na boca»?

No dia 11 de novembro dita a tradição, um pouco por todo o país, que se façam fogueiras, comam-se castanhas assadas, beba-se água-pé, vinho novo ou jeropiga. Vamos celebrar o São Martinho com a família e com os amigos! Se quiser ser fiel à tradição deverá seguir à risca esta receita de 1712.

Acenda uma fogueira.
Quando as labaredas baixarem e se transformarem num braseiro, coloque as castanhas, sem serem cortadas, no chão e as brasas por cima.
Depois de assadas deixe-as arrefecer bem. Vai querer que elas estalem no chão e não na boca. Pois é, a expressão «estalar a castanha na boca» vem precisamente desta tradição. Uma vez que as castanhas não são cortadas, tornam-se verdadeiras bombas se as tentar comer a escaldar!

O Magusto é a festa popular da castanha e em Portugal as celebrações são variadas de acordo com as tradições de cada região.

Os rapazes das Beiras, em dia de São Martinho, andam em fila pela aldeia a ‘furar as adegas’, com o intuito de provar o vinho novo (esta é a altura perfeita para provar o vinho que resultou das vindimas e perceber se ele está bom). No concelho de Foz Côa, na noite de 11 de Novembro, os rapazes percorrem as ruas da povoação com campainhas e chocalhos das cabras e ovelhas, acordando as gentes da terra. Já em Vila do Conde, as castanhas comem-se com roscas de pão de trigo e nozes. Por Fafe a festa começa à tarde e dura até à noite, as castanhas assam-se em fogueiras no meio da rua, e o vinho circula em cântaro. No Sul a festa associa-se à matança do porco. Na Guarda a celebração acontece em dezembro, à qual se dá o nome de “Magusto da Velha”. O evento pretende homenagear uma velha senhora muito rica, que no século XVII deixou um grande legado à Igreja da Vila do Porco. A benfeitora exigiu que todos os anos a seguir ao Natal se fizesse um magusto com castanhas e vinho e se rezasse um Pai-Nosso pela sua alma.  

Por cá, não é habitual fazerem-se fogueiras, mas há vendedores de castanhas assadas pelas ruas. E assim marcamos o Dia de São Martinho, o cavaleiro que tentava voltar para casa no meio de uma tempestade, quando encontrou um mendigo que encarecidamente lhe pediu esmola. Martinho não tinha nada de valor consigo, a não ser o manto que o protegia do frio. Retirou-o das costas e com a sua espada cortou-o ao meio, dando metade ao mendigo. Nesse preciso momento a tempestade foi-se embora e o sol brilhou. O milagre ficou conhecido como o verão de São Martinho.

Foto: Arquivo Histórico Municipal de Cascais, Casa Sommer